06 – Xosé Falso Rambo

Alfredo Sánchez C. não se chama assim, não fugiu da cadeia de Pontevedra e, quanto às acusações de uma tentativa de homicídio em 1996, trata-se de reciclagem de calúnias velhíssimas, de que era montador de bombas para o ETA ou carcereiro da Falange, para buscar antipatias de todos os lados. De qualquer forma, esse artigo na imprensa inglesa [por desinformado e desmiolado que seja] trouxe nossa sonolenta Galícia para algum destaque no noticiário estrangeiro, o que não deixa de ser um sucesso [e talvez o propósito dessa montanha de mentiras].

Chama-se [na verdade] Xosé Lois Ortega, não fala uma só palavra de castelhano, e sim galego; fugiu de todas as cadeias da Galícia [exceção feita à de Pontevedra, na qual o prudente diretor o recusou sabendo que não iria conseguir segurá-lo]; e é injusto [limite com insultoso] denominá-lo de “Rambo galego”. De fato, o ex-presidiário e mestre em fugas não possui a fisionomia apatetada do esquecível personagem de Stallone, e já tem seus 73 anos, o que não o impediu de pular três muros com cordas de lençóis e de se manter no mato das montanhas do norte do país, vivendo de frutas silvestres, nozes e de alguma caixa de sorvete nas geladeiras que assalta.

De fato, não fossem as [talvez tão espetaculares que quase duvidosas] histórias de suas fugas, poder-se-ia pensar que Alfredo, Xosé ou Rambo não seriam na verdade um personagem criado por maridos e filhos assaltantes de geladeira para desviar a culpa de suas proezas.

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