Evento: Um santo luso
Um seriado estadunidense lá de meados dos anos 70 estrelava um rapaz com cara de anjo que apertava o botão de seu relógio de pulso (na época eles tinham botão) e se transformava no nome do seriado, O Homem Invisível. Não fez sucesso – algo curioso em uma época em que seriados de imaginação científica estouravam, à frente o Homem de Seis Milhões de Dólares e sua clone a Mulher Biônica. Houve também um filme de homem invisível uns anos atrás, e de vez em quando algo a respeito pulula nos desenhos e filmes. Mas de resto a invisibilidade não faz muito sucesso, o que é curioso em época de telonas infestadas de super-heróis – talvez porque, invisíveis, os heróis não possam mostrar as cuecas em cima das calças, das quais parecem tanto se orgulhar.
De qualquer forma um rapaz chamado Pedro foi o pioneiro da arte de não ser visto lá pelo ano 60. Tinha ele o hábito de converter pagãos ao cristianismo e o Imperador Romano não gostava disso. Aliás e com o devido desrespeito Imperadores Romanos pareciam não gostar de nada. Mandou uma guarda enviar o rapaz para Inferno mais cedo – Inferno pagão, claro, como o malvado Imperador. Chegaram quando Pedro se ajoelhava ao pé de uma fonte. Deus o fez invisível e os sicários passaram direto, exceto por duas marcas de seus joelhos que ficaram bem visíveis na rocha e viraram centro de peregrinação. Assim como Pedro virou São Pedro de Rattes, o primeiro Arcebispo da cidade de Braga.
Não fizeram nenhum seriado sobre isso, o que não deixa de ser uma pena.