Evento: Lisboa, 18 de março, espetáculo de Roger Waters

This is not a Drill (não é um treino) veio da frase de um militar estadunidense quando as bombas choviam em Pearl Harbor em dezembro de 1941. Ele correu a uma estação de telégrafo a emitir um alerta geral – e ao final escreveu que não era um treino.
This is not a Drill também é o mote da excursão de despedida de Roger Waters, um dos dois fundadores do lendário conjunto de Rock progressivo Pink Floyd, que prossegue sem ele, embora sem o mesmo charme. Mote esse explicado lá pela metade da segunda parte do espetáculo, quando é projetada a frase junto com a explicação de que a vida is not a drill.
Uma reflexão um tanto densa em um espetáculo denso. De fato, um megashow denso. Já fui a muitos espetáculos musicais, alguns de artistas importantes, mas eram diferentes – o ponto fulcral eram obviamente o artista e sua banda.
Neste megashow o público depara com uma espécie de muro em forma de cruz a tapar o palco. A explicação vem com o início quando o muro é levantado, revela-se o palco e os seis músicos e as duas backing vocals e suspenso sobre o palco o muro serve como aparato de projeção. A atenção do espectador pula seguidamente do artista para a banda para as imagens projetadas para as inscrições projetadas para a plateia até para focos extras como uma ovelha inflável que flutua sobre nossas cabeças durante boa parte da audição.
Em um megashow o artista é parte importante, mas não é mais tudo. Curioso isso.