Evento: nos tempos romanos e hoje
Caïus Silvius Torpetius cresceu na vida. Mistura de yuppie e Rambo, conseguiu ser chefe da Guarda Pessoal de Nero, emprego não exatamente seguro mas, podemos imaginar, prestigioso e bem remunerado.
O futuro parecia risonho para o nosso Caio, se não fosse um segredo. Ele fora carcereiro de um certo Paulo, lá da Judeia, que falou de certo Jesus, que morreu e não morreu etc. Nero dirigiu cerimônia em que afirmava que Diana era a Criadora do Universo. Com infinita coragem e zero bom senso o chefe da Guarda declarou aquilo uma parvoíce ilimitada. Nero estava em good vibes naquele dia e em vez de decapitá-lo mandou gente a convencer o soldado a ver as magnificências diáfanas, ou de Diana. Como o cara teimava, a paciência Nérica se esgotou e aqui a história de Caio se divide em versões.
Por uma delas o já decapitado Caio teve seu corpo jogado em uma barca no rio Arno junto com um galo e um cão. A barca desceu o rio, encontrou o mar, foi a vogar até que em praia no sul da França uma mulher chamada Celarina o recolheu e enterrou. O galo e o cãozinho provavelmente tocados pela veia celestial não tocaram no corpo.
Outros dizem que a pia senhora enterrou a cabeça. Mas não resta dúvida onde isso se deu: por causa do santo, o lugar do enterro deu o nome à badaladíssima praia de Saint Tropez, conhecida pelos anos 60, Brigitte Bardot e seu Topless, mas não creio que isso fique bem em uma crônica sobre um santo. Vou deletar depois.