Evento: Suécia, nos fins do século XIX
Acontece todos os dias – o cara se apaixona pela garota. Ela se casa com ele. Ela rapidamente engravida dele. E acha a vida com ele um porre. Vai “para a Casa da mamãe, para passar o Natal”. O casamento naufragou. E o cidadão se vê sozinho em casa, os vizinhos a cantar “Noite Feliz”.
Então o recém separado tem a reação normal que qualquer um teria – pegou a luneta, um medidor de radiação térmica, apontou para a Lua e anotou a medida. Horas de dor de cotovelo depois, repetiu a dose. Dia seguinte, de novo.
Um ano depois, o professor Svante Arrhenius viu sua massaroca de mais de dez mil cálculos e concluiu: “não é que o nível de CO2 influi na temperatura da Terra??” Estava inventada a ciência da mudança climática, já intuída antes por Fourier, Foote e Tyndall. O resto é História, que ainda não terminou.
Arrehnius em desafio à imagem do cientista pedra de gelo sem emoções confessou que só se meteu a essa calculeira como terapia para separação de sua jovem e brilhante aluna Sofia Rudbeck, a primeira mulher a se formar em ciências naquela Universidade. Ninguém sabe por que se separaram. Pela medida da dor cotovela, imaginemos que quem se separou foi ela.
Os ses da História: se ele tivesse sido menos dedicado à lunetas e medidas de calor e mais dedicado às conversas e beijos, talvez nada disso tivesse acontecido.
Talvez. Sofia não amava Svante. Mas mesmo se amasse, e ele não tivesse medido nada, o CO2 continuaria por aí, a aquecer.