Evento: Encontro de Lula e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidentes
Pedro Calderón de la Barca disse que o Mundo é um Grande Teatro e Pedro pouco tem a ver com o evento dessa crônica, posto que faleceu em 1681. Tampouco sei se o Mundo é mesmo teatro mas as cerimônias de Estado o são, ou muito perto disso.
O Presidente do Brasil visitou o Presidente de Portugal na terra deste último em lugar bem próximo do palácio do dito. Cerimônia de marcações, peça em que os atores estão carecas, azuis e verdes de saberem seus lugares: o palanque; os policiais treinados a considerar cada um dos que saiu de casa para ver essa representação sem comida grátis e nem mesmo uma musiquinha popular para animar como inimigos a espera da menor oportunidade de enviar dignitários pera o além; os militares em forma que só Deus ou seu inimigo explicam porque estão lá, já que se trata de uma visita exatamente para mostrar que os dois Estados estão em paz; as autoridades, em confusa mistura de gente que tem e não tem a ver, como certos ministros bicões; os fotógrafos a querer mostrar com corridas e malabarismos que trabalham duro por cada centavo de seus salários; e até os manifestantes, pois há algo sempre para se reclamar.
Não sei se é assim deste que o mundo é mundo, mas certamente a semente dessa doce pataquada estaria já presente desde que o Tratado de Vestfália em 1648 deu origem aos Estados Nacionais (foto).
Depois o local fica infestado de cheiro de dejeto dos cavalos da cavalaria de guarda. Estados malcheiroso com eles, mais fedorento ainda sem.